Pés se cruzando em seu pequeno all star, ela caminha rápido, talvez esteja atrasada ou assustada, não deve ser normal um cara barbudo ficar te olhando sem expressar nenhuma reação por volta de uns três, cinco minutos.
Não sei, queria ter visto o seu rosto, preciso vê-la novamente, pernas finas, coxas nem tanto, 1,60 cm de altura, magra, cabelo preso, liso de um modo natural, desarrumado, pele morena, deve gostar de bandas de rock antiga, talvez seja uma menina culta, um rebolar curto e ingénuo, mas de todo modo encantador.
Continuo o meu caminho, estou a três quadras do inferno, pessoas comuns me olhando e reclamam da vida, não entendo por que elas reclamam tanto? Seres trabalhadores e simples, mas de muito mal humor, precisam aproveitar mais a vida.
Não posso falar muito reclamo de tudo, invento palavras e amigos na minha solidão, me banho de histórias de outros, retrato o ontem, o agora e até algumas vezes o amanhã, sou um jornalismo, mas foda-se tudo isto, cade aquela menina?
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